quinta-feira, 24 de julho de 2008

Fernando Pessoa

E eu que fui descobrir que gosto de poesia, dias atrás. Sempre achei poesia coisa de trouxa (apaixonados no vocabulário da ju e da kathine). Mas tirando aquelas poesias melosissímas, do tipo: “os teus olhos da cor do mar, iluminam a minha noite como um luar” (que criatividade a minha heheh); eu amo poesia. Também nem todas né...

E dos poetas que eu gosto (que também não são muitos) o Fernando Pessoa, sem dúvida, é um dos mais interessantes.


Para ser grande, sê inteiro, nada
Teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa, Põe quanto és
No mínimo que fazer.
Assim em cada lago a lua todo
Brilha, porque alta vive.


E a mais famosa de todas:


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
Para quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Crônicas de Nárnia


O filme que eu quero ver.

E o livro que eu quero ler.



;]

quinta-feira, 10 de julho de 2008

That it's me!

Opa!

Agora tenho 2 blogs!
E tomara que mais gente entre neles (hehehe)!

Enquanto o Jesus Freaks é para falar somente sobre a minha incrível paixão por Jesus, esse é um blog sobre coisas que eu gosto, notícias, opiniões e, até (!), poesia.

E para que ele comece bem tem um poema do Manuel Bandeira que eu acho muito interessante.

Então tá!

Os Sapos

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
"Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi: -
"Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro: -
"A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas, -
"Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...